Já imaginou descobrir que foi cobrado por algo sem saber? Parece absurdo, mas foi exatamente o que aconteceu com milhares de clientes de empresas ligadas ao Grupo Itaú. Um acordo firmado com o Banco Central revelou cobranças bancárias feitas sem a autorização dos consumidores e agora, vem aí um reembolso milionário: R$ 253,7 milhões.
Mas o que causou tudo isso? E mais importante: como saber se você tem direito a receber?
Por trás das cobranças
Tudo começou com tarifas aplicadas em situações delicadas, como quando o cliente estoura o limite ou fica sem saldo e o banco aprova uma operação emergencial. A questão está justamente aí: muita gente não sabia que esse serviço estava sendo cobrado e nem tinha dado permissão para isso.
Após uma investigação, o Banco Central identificou essas práticas e chegou a um acordo com quatro empresas do grupo: Itaú Unibanco, Itaucard, Itaú CBD e Luizacred.
Quem foi impactado?
Entre março de 2014 e julho de 2021, aproximadamente 741 mil clientes do Itaú Unibanco foram afetados. Mas o número vai além: somando todas as empresas envolvidas, o total de consumidores que devem receber algo de volta passa de 2 milhões.
Será que você está entre eles?
Os valores devolvidos
Veja como o reembolso foi dividido:
- Itaú Unibanco: R$ 81,66 milhões
- Itaucard: R$ 119,8 milhões
- Itaú CBD: R$ 30,8 milhões
- Luizacred: R$ 21,4 milhões
Vale destacar que a maior parte desse valor já começou a ser devolvida antes mesmo da assinatura oficial do acordo. Uma tentativa clara de corrigir o erro sem esperar por uma exigência legal.
Afinal, o que são essas tarifas?
Uma das tarifas mais polêmicas é a chamada “avaliação emergencial de crédito”, cobrada quando o banco permite uma compra ou saque sem saldo disponível. Soa como um socorro automático, mas o problema está em como isso foi feito: de forma recorrente e sem transparência.
Já a tarifa de “adiantamento a depositantes” funcionava de maneira parecida e também gerou reclamações.
Quantas vezes você já leu a fatura com calma e tentou entender todos os detalhes? E será que deu mesmo seu consentimento para tudo o que foi cobrado?
Como saber se tem dinheiro a receber?
Os clientes serão avisados pelos canais oficiais do grupo Itaú:
- Aplicativo do banco
- Site oficial
- Central de atendimento
Fique atento a essas fontes. Nada de clicar em links suspeitos ou responder mensagens duvidosas.
O valor e a forma de devolução variam, mas cada consumidor será informado diretamente.
E se o reembolso não vier?
Se você acredita que foi prejudicado, mas não recebeu nenhuma comunicação, há caminhos possíveis:
- Registrar uma reclamação com o próprio banco
- Procurar o Procon da sua cidade
- Usar a plataforma Consumidor.gov.br
- Em casos mais graves, entrar com uma ação judicial
Não seria justo deixar essa história passar sem resposta, certo?
A devolução dos R$ 253,7 milhões mostra que algo precisa mudar. Cobranças escondidas e termos confusos nos extratos bancários ainda fazem parte da rotina de muita gente. Será que os bancos estão fazendo o suficiente para garantir clareza nas informações? E o consumidor está mesmo atento ao que é cobrado mês a mês?
Transparência não deveria ser um diferencial, mas o básico.
E você, tem acompanhado de perto o que vem sendo debitado da sua conta?