Uma nova proposta do governo federal tem como objetivo transformar a maneira como pessoas com deficiência e idosos ingressam no mercado de trabalho, mantendo a proteção social. A medida, discutida pelos ministros Wellington Dias e Luiz Marinho em outubro de 2025, altera o programa que beneficia mais de 5 milhões de brasileiros.
A principal mudança envolve a garantia de que o beneficiário não perderá o BPC de forma definitiva ao conseguir um emprego formal. Anteriormente, muitos optavam por permanecer na informalidade ou evitavam trabalhar por receio de perder a proteção social em caso de demissão. Com as novas regras, aqueles que conquistarem uma oportunidade de trabalho terão uma transição mais segura e protegida.
Como funcionará a nova proteção para trabalhadores
Conversão automática em auxílio-inclusão
A grande mudança é a conversão automática do BPC em auxílio-inclusão para pessoas com deficiência que conseguirem um emprego formal. Quando o beneficiário for contratado com salário de até dois salários mínimos (R$ 2.824 em 2025), ele receberá automaticamente metade do valor do benefício, ou seja, R$ 759. O processo será completamente automatizado, sem necessidade de novo requerimento ou perícia.
O ministro Wellington Dias explicou que antes havia grande receio entre os beneficiários, com muitos optando por não buscar trabalho formal: “Nós chegamos ao ponto de quase não ter pessoas com BPC na atividade de trabalho”. Isso ocorria porque, ao perder o emprego, o beneficiário precisava reiniciar o processo de perícia, o que poderia levar meses ou até anos.
Retorno garantido ao BPC em caso de desemprego
A nova regra garante que, caso o trabalhador perca o emprego, ele retornará automaticamente ao BPC integral, sem necessidade de passar por todo o processo burocrático novamente. Essa garantia elimina o principal obstáculo que impedia pessoas com deficiência de buscar oportunidades no mercado formal.

Flexibilização no cálculo da renda familiar
Média dos últimos 12 meses
Agora, o INSS pode considerar a média dos últimos 12 meses de renda familiar, e não apenas o valor do último mês. Se a média de qualquer um dos dois períodos for igual ou inferior a um quarto do salário mínimo por pessoa, o benefício será mantido.
Essa flexibilização visa proteger famílias que enfrentam variações temporárias de renda, como em casos de trabalhos sazonais, indenizações ou pensões temporárias. Anteriormente, um aumento pontual de renda poderia resultar no cancelamento imediato do benefício, deixando famílias vulneráveis sem proteção.
Parceria entre ministérios para qualificação profissional
Programa Acredita e economia solidária
A reunião entre os ministérios do Desenvolvimento Social e do Trabalho e Emprego também resultou em ações conjuntas para qualificação profissional. O Programa Acredita, citado pelo ministro Wellington Dias, busca parcerias que garantam capacitação adequada aos beneficiários do BPC.
A proposta envolve a organização de um plano de demandas específicas, identificando as profissões mais necessárias por setor, para direcionar a qualificação conforme as necessidades do mercado, aumentando as chances de inserção profissional bem-sucedida.
Cumprimento das cotas legais
Os ministérios também colaborarão com o setor empresarial para garantir o cumprimento das cotas legais para pessoas com deficiência. A iniciativa visa não apenas fiscalizar, mas também sensibilizar empregadores sobre os benefícios da inclusão e oferecer suporte para que as contratações sejam efetivas e duradouras.
Impactos práticos na vida dos beneficiários
O secretário nacional de Benefícios Assistenciais, Amarildo Baesso, destacou que as medidas reconhecem a dinâmica real das famílias brasileiras, fazendo com que a proteção social deixe de ser vista como um impeditivo ao trabalho e passe a ser um suporte para a inclusão produtiva.
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Dúvidas frequentes
- O que acontece se eu conseguir um emprego recebendo BPC? Se você tem deficiência e conseguir um emprego com salário de até dois salários mínimos, seu BPC será automaticamente convertido em auxílio-inclusão, no valor de 50% do benefício original.
- Preciso fazer novo requerimento para o auxílio-inclusão? Não. A conversão é automática assim que o INSS identificar o vínculo empregatício, sem necessidade de novo pedido ou perícia.
- E se eu perder o emprego depois? Você retorna automaticamente ao BPC integral, sem precisar passar por nova perícia ou enfrentar filas de espera.
- As novas regras valem para idosos também? O auxílio-inclusão é específico para pessoas com deficiência. Idosos beneficiários do BPC têm outras proteções relacionadas à variação de renda.















