Quem pensa em aposentadoria costuma buscar informações sobre regras, cálculos e documentos, mas o segredo está em começar o planejamento, mesmo que ainda pareça distante. Neste guia, entenda como a aposentadoria programada funciona, seus requisitos, dicas práticas para se organizar e como usar a tecnologia a seu favor para não cair em ciladas financeiras.
O que é a Aposentadoria Programada?
A aposentadoria programada foi instituída pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019, e substituiu modalidades antigas como a aposentadoria por tempo de contribuição e por idade. Desde 13 de novembro de 2019, quem ingressa no Regime Geral de Previdência Social deve seguir as novas regras.
Trabalhadores precisam cumprir uma carência de 180 meses de contribuição. Para as mulheres, a idade mínima é de 62 anos e, para os homens, 65 anos. Além disso, são exigidos pelo menos 15 anos de contribuição para mulheres e 20 anos para homens. Professores seguem regras específicas, com idade e tempo diferenciados.
Por que planejar a aposentadoria com antecedência?
Organizar-se antes da aposentadoria garante uma transição sem surpresas e permite alcançar uma renda condizente com o padrão de vida desejado. O planejamento previne situações em que o valor do benefício fica muito abaixo do necessário, evitando apertos financeiros em uma fase importante da vida. Também diminui riscos de documentos faltando e de atrasos no recebimento dos benefícios.
Além disso, ao acompanhar as mudanças na Previdência Social, é possível ajustar estratégias ao longo dos anos, aproveitando oportunidades como previdência complementar, investimentos e até programas de transição em momentos específicos.
Como funciona a Aposentadoria Programada para professores?
Os professores que atuam em funções de magistério na Educação Infantil, Ensino Fundamental ou Médio têm regras próprias. A carência segue em 180 meses, mas a idade mínima é de 57 anos para mulheres e 60 para homens, com pelo menos 25 anos de efetivo exercício em magistério.
Comprovação de tempo pode ser feita por meio da carteira de trabalho, declaração escolar ou registros no CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais). Caso você tenha dúvidas sobre documentos, consulte a listagem completa pelo site do INSS.
Diferença entre previdência pública e privada
Ao pensar em renda futura, muitos se perguntam: investir só na previdência pública é suficiente? A diferença básica está no modelo de financiamento e nas garantias. A previdência pública (como o INSS) é um sistema coletivo, regulado pelo governo, que oferece benefícios mínimos e tem regras rígidas. Já a previdência privada permite acúmulo flexível de recursos, resgates conforme o contrato e investimentos personalizados. Quem opta por previdência privada pode escolher entre tipos como PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), adaptando o plano ao perfil e à renda.
Principais erros no planejamento da aposentadoria
- Ignorar contribuições irregulares ou períodos em que não houve recolhimento;
- Depositar confiança apenas no INSS;
- Deixar para reunir documentos na última hora;
- Não revisar dados no CNIS, podendo perder tempo de contribuição válido;
- Esquecer de considerar despesas futuras, como saúde e moradia, no cálculo da renda desejada.
Ferramentas digitais para simulação de aposentadoria
Ferramentas digitais como o Meu INSS permitem fazer simulação do tempo de contribuição, visualizar se os requisitos foram cumpridos e calcular o valor estimado do benefício.
O próprio aplicativo do Meu INSS, disponível para Android e iOS, facilita o acompanhamento do cadastro e o envio de documentos. Isso reduz a necessidade de filas e agiliza respostas sobre andamento das solicitações.

Como solicitar a Aposentadoria Programada e documentos necessários
Para dar entrada no pedido da Aposentadoria Programada, é necessário reunir:
- Documento de identificação com foto e CPF;
- Procuração ou termo de representação legal, se for o caso, mais documentos do representante;
- Documentos das relações previdenciárias: CTPS, CTC, carnês, formulários especiais e documentação rural;
- Eventualmente, outros comprovantes como simulação de tempo de contribuição ou petições.
O pedido pode ser feito pelo portal Meu INSS, pelo aplicativo ou ligando para a Central 135 (segunda a sábado, das 7h às 22h, horário de Brasília).
Como calcular o valor do benefício
O cálculo do valor segue uma lógica que considera a **média de todos os salários de contribuição** efetuados desde julho de 1994. Aplica-se sobre essa média uma alíquota inicial de 60%, acrescida de 2% para cada ano que ultrapassar 20 anos de contribuição para homens e 15 anos para mulheres.
O benefício nunca será inferior ao salário-mínimo (**R$ 1.518** em 2025) e tem um teto definido (**R$ 8.157,41**). Interrupções nos recolhimentos ou múltiplos vínculos podem afetar o cálculo, sendo essencial manter tudo devidamente registrado no CNIS.
Como evitar golpes e fraudes em planos de aposentadoria
Com o aumento da procura por informações e planos, crescem também as tentativas de fraude. Prezando por segurança:
- Sempre utilize canais oficiais como o Meu INSS e nunca compartilhe dados pessoais por telefone para desconhecidos;
- Fique atento ao receber e-mails ou mensagens solicitando atualização cadastral;
- Desconfie de promessas de facilitação para antecipação de benefício ou aumento do valor, principalmente se houver pedido de pagamento antecipado.
Consulte sempre a Central 135 em caso de dúvida e evite fornecer documentos em cópia física fora dos canais oficiais.
O que acontece se não optar pela Aposentadoria Programada?
Quem não solicitar a aposentadoria programada, mesmo preenchendo os requisitos, pode perder acesso a uma renda mensal essencial ou ficar restrito a modalidades no futuro.
Para saber de mais notícias sobre aposentadoria, acesse o site Assistencialismo Notícias.














