A Receita Federal do Brasil anunciou uma transformação no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ): a partir de julho de 2026, novos registros incluirão letras e números, formando o chamado CNPJ alfanumérico.
Essa mudança responde ao crescimento acelerado de empresas no país, que já ultrapassou 64 milhões de registros, segundo estudo da BigDataCorp. Por que essa alteração é necessária? Como ela impactará negócios e sistemas?
Este guia detalha o novo formato, suas vantagens, os passos para a transição e o que empresas precisam saber para se preparar. Com a capacidade do sistema atual próxima do limite, a adoção de letras visa garantir mais combinações e modernizar o sistema tributário, alinhando o Brasil a padrões internacionais.
O que é o CNPJ alfanumérico?
O CNPJ alfanumérico é o novo formato de identificação de pessoas jurídicas no Brasil, combinando letras (A a Z) e números (0 a 9) em uma estrutura de 14 caracteres.
Diferentemente do modelo atual, que usa apenas números, o novo sistema amplia as possibilidades de combinações, evitando o esgotamento de registros.
Estrutura do novo CNPJ
- Raiz (8 caracteres): Combinação de letras e números para identificar a empresa matriz.
- Ordem (4 caracteres): Letras e números que indicam filiais ou estabelecimentos.
- Dígitos Verificadores (2 caracteres): Continuam numéricos, calculados pelo método do Módulo 11.
Segundo a Receita Federal, mais de 24,9 milhões de CNPJs estão ativos, e cerca de 29,2 milhões estão desativados. Como cada CNPJ é único e permanente, o formato numérico atual está próximo de seu limite técnico de 99,9 milhões de combinações.
Por que o CNPJ passa a ter letras?
A principal razão para a adoção do CNPJ alfanumérico é a necessidade de ampliar a capacidade de registros. Com o crescimento do empreendedorismo no Brasil — 4,1 milhões de novas empresas foram abertas em 2024, segundo o Sebrae — o sistema atual não suporta a demanda futura.
A inclusão de letras aumenta as combinações possíveis para quase um trilhão, garantindo sustentabilidade por décadas.
Além disso, a mudança alinha-se à modernização do sistema tributário, preparando o terreno para a implementação da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).
Esses tributos unificarão impostos existentes, exigindo sistemas mais integrados e eficientes.
Vantagens do novo CNPJ alfanumérico
- Maior capacidade de registro: O novo sistema permite trilhões de combinações, eliminando o risco de esgotamento.
- Segurança aprimorada: Letras dificultam falsificações, aumentando a confiabilidade dos registros.
- Modernização tributária: Facilita a integração com sistemas digitais e a automação de processos, como recuperação de créditos tributários.
- Compatibilidade internacional: Alinha o Brasil a padrões globais de identificação empresarial.
- Economia de recursos: A transição gradual minimiza custos e impactos técnicos para empresas existentes.
Como será feita a transição para o CNPJ com letras?
A implementação do CNPJ alfanumérico começará em julho de 2026, de forma gradual. Apenas novos registros — como empresas recém-criadas, filiais, profissionais liberais, condomínios e produtores rurais — receberão o novo formato.
A Receita Federal elaborará um calendário para definir quais atividades econômicas adotarão o modelo primeiro.
Empresas já registradas não precisarão atualizar seus CNPJs, que permanecerão válidos. Sistemas públicos, como a Redesim, serão ajustados para aceitar ambos os formatos, garantindo uma transição fluida.
A Receita também disponibilizará códigos de validação em linguagens como Java, Python e TypeScript para facilitar a adaptação de sistemas privados.
O que muda na validação e consulta do CNPJ?
A validação do CNPJ alfanumérico mantém o método do Módulo 11, mas com ajustes para incluir letras. Cada caractere (letra ou número) é convertido em um valor numérico com base na tabela ASCII, subtraindo-se 48.
Por exemplo, a letra “A” (ASCII 65) resulta em 17 (65 – 48). Esse valor é usado no cálculo dos dígitos verificadores.
Impactos na consulta
- Sistemas atualizados: Softwares de emissão de notas fiscais e bancos de dados precisarão reconhecer letras.
- Códigos de barras: O padrão CODE-128C, usado atualmente, será substituído pelo CODE-128A para suportar letras.
- Integrações com APIs: Sistemas que consomem dados de CNPJ devem ser revisados para evitar erros.
Empresas devem mapear pontos críticos em seus sistemas e testar as alterações antes de julho de 2026 para evitar falhas em documentos fiscais ou atrasos em obrigações tributárias.
Diferenças entre CNPJ antigo e alfanumérico
Aspecto | CNPJ Numérico (Atual) | CNPJ Alfanumérico (Novo) |
---|---|---|
Formato | Apenas números | Letras (A-Z) e números (0-9) |
Capacidade | Até 99,9 milhões | Quase 1 trilhão |
Validade | Permanece válido | Apenas para novos registros |
Cálculo do DV | Módulo 11 (números) | Módulo 11 (ASCII – 48) |
Segurança | Moderada | Alta (dificulta falsificação) |
Dúvidas frequentes sobre o CNPJ alfanumérico
- O que é o CNPJ alfanumérico? É o novo formato de identificação de pessoas jurídicas, combinando letras e números em 14 caracteres, a partir de julho de 2026.
- Empresas atuais precisam trocar o CNPJ? Não, CNPJs numéricos existentes permanecem válidos sem necessidade de atualização.
- Quando o novo formato entra em vigor? A emissão de CNPJs alfanuméricos começará em julho de 2026, de forma gradual.
- Como validar um CNPJ com letras? O cálculo do dígito verificador usa o método do Módulo 11, com letras convertidas em valores ASCII menos 48.
- Haverá custos para as empresas? Sim, empresas podem arcar com custos para atualizar sistemas e softwares, mas a Receita Federal fornecerá ferramentas para minimizar impactos.
Para mais informações, acesse o site Assistencialismo Notícias.