A discussão sobre a licença-paternidade de 30 dias ganhou força em 2025, impulsionada por uma carta aberta da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da Coalizão Licença Paternidade (CoPai). O movimento pede a aprovação de projetos de lei que ampliam o benefício, atualmente limitado a cinco dias, para pelo menos quatro semanas.
A proposta promete transformar não só os direitos trabalhistas dos pais, mas também o desenvolvimento das crianças e a dinâmica familiar no Brasil. Mas, afinal, o que realmente pode mudar com essa nova legislação? Descubra os impactos, argumentos e desafios dessa pauta que está movimentando o Congresso Nacional e a sociedade.
O que é a licença-paternidade e como funciona hoje?
A licença-paternidade é um direito previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) que garante ao pai um período de afastamento remunerado após o nascimento ou adoção de um filho. Atualmente, a legislação brasileira concede apenas cinco dias corridos para a maioria dos trabalhadores, podendo chegar a 20 dias em empresas que participam do Programa Empresa Cidadã. Esse prazo, considerado insuficiente por especialistas, contrasta com a importância da presença paterna nos primeiros dias de vida do bebê.
Por que ampliar a licença-paternidade para 30 dias?
A ampliação da licença-paternidade de 30 dias é defendida por pediatras, organizações da sociedade civil e entidades científicas como uma medida fundamental para o desenvolvimento saudável das crianças. Estudos citados pela SBP mostram que a presença do pai nas primeiras semanas de vida contribui para o aleitamento materno, fortalece os laços familiares e favorece o desenvolvimento neurocognitivo dos bebês.
Além disso, a medida promove a parentalidade ativa, estimulando a divisão de responsabilidades entre mães e pais e combatendo desigualdades históricas no cuidado infantil. Para a Coalizão Licença Paternidade, garantir esse direito é uma questão de saúde pública, justiça social e respeito à dignidade das famílias brasileiras.
Pontos positivos para pais, mães e crianças
Os benefícios da licença-paternidade de 30 dias vão além do bem-estar do pai. Para as mães, a presença do parceiro nos primeiros dias após o parto reduz o risco de depressão pós-parto, facilita a recuperação física e emocional e permite um início mais tranquilo da amamentação. Para as crianças, o contato próximo com ambos os pais favorece o desenvolvimento emocional, social e cognitivo.
O que diz a legislação trabalhista sobre a licença-paternidade?
A legislação trabalhista brasileira prevê a licença-paternidade de cinco dias desde 1988, com possibilidade de extensão para 20 dias em empresas do Programa Empresa Cidadã. No entanto, projetos de lei que propõem a ampliação para 30 dias ou mais tramitam há anos no Congresso Nacional sem desfecho.
De acordo com a carta da SBP, a aprovação dessas propostas é urgente para alinhar o Brasil às melhores práticas internacionais e garantir os direitos das famílias. A entidade destaca que a licença-paternidade “não é luxo”, mas sim uma necessidade de cuidado, saúde e desenvolvimento.
Desafios e resistências para a aprovação da nova lei
Apesar do amplo apoio de especialistas e entidades, a ampliação da licença-paternidade enfrenta resistências no Congresso e entre setores empresariais. Os principais argumentos contrários envolvem o impacto financeiro para as empresas e o temor de aumento de custos trabalhistas.
No entanto, estudos internacionais mostram que os benefícios sociais e econômicos da medida superam os custos iniciais. Países que adotaram licenças parentais mais longas registraram melhorias na saúde infantil, redução de desigualdades de gênero e maior participação dos pais na vida familiar. Fique por dentro das atualizações no Assistencialismo Noticias.
Perguntas Frequentes
Quem tem direito à licença-paternidade de 30 dias?
Se aprovada, a licença-paternidade de 30 dias será garantida a todos os trabalhadores com carteira assinada, incluindo servidores públicos e empregados de empresas privadas.
Como solicitar a licença-paternidade ampliada?
O procedimento deve ser feito junto ao setor de recursos humanos da empresa, apresentando a certidão de nascimento ou adoção do filho.
A licença-paternidade de 30 dias será remunerada?
Sim, a proposta prevê que o período seja remunerado, sem prejuízo do salário do trabalhador.
Empresas pequenas também precisarão conceder a licença?
Sim, a legislação valerá para todas as empresas, independentemente do porte.
Existe risco de demissão após a licença-paternidade?
O trabalhador não pode ser demitido por motivo de usufruir da licença-paternidade, pois trata-se de um direito garantido por lei.