O recente bloqueio de pagamentos alcançando mais de 1,1 milhão de famílias beneficiárias do Bolsa Família trouxe preocupação a quem depende dessa renda para garantir o básico. Esse movimento faz parte de uma checagem detalhada conduzida pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), dentro da estratégia chamada Ação de Qualificação Cadastral 2025. A meta: reforçar que só recebem o benefício as famílias que realmente cumprem os critérios sociais determinados por lei.
Em outubro de 2025, cerca de 7,82% das 18,9 milhões de famílias atendidas pelo programa sentiram os impactos das ações de controle e verificação do cadastro. Houve tanto bloqueio temporário quanto suspensão e cancelamento — todos fundamentais, segundo o governo, para manter o programa funcionando. Mas, para muitos brasileiros, o processo resultou em atrasos e incertezas no recebimento.
Como funciona a Revisão Cadastral e por que ela foi intensificada?
A Revisão Cadastral está longe de ser uma novidade, mas ganhou força neste segundo semestre. O processo deve ser realizado a cada dois anos por todas as pessoas assistidas pelo programa. Desde julho, passou a ser mais rigoroso, prevendo bloqueio após três meses de ausência de atualização do cadastro. Caso a situação permaneça por mais dois meses, vem o cancelamento definitivo do benefício.
No coração desse mecanismo estão duas etapas principais: a averiguação cadastral, que verifica dados essenciais como renda, endereços e composição familiar; e a própria revisão cadastral, obrigatória para todos. O governo federal ampara essa exigência por meio de instruções normativas publicadas oficialmente e garante que as famílias são notificadas antes de qualquer bloqueio, por canais como o extrato de pagamento e o aplicativo Caixa Tem.
Quem é mais afetado pelos bloqueios?
Levando em consideração os dados recentes do MDS, 1.116.688 famílias entraram no grupo afetado principalmente devido a inconsistências cadastrais. Elas precisam, agora, atualizar seus registros no Cadastro Único (CadÚnico) para ter o repasse restabelecido. Quem regularizar a situação em até 6 meses tem a chance de retornar ao programa, sempre que permanecer apto nos critérios socioeconômicos.
Grande parcela dessas famílias tem mulheres como chefes de domicílio: 84% delas. Além disso, cerca de 58,5% dos beneficiários são meninas ou mulheres.

Cancelamentos e suspensões: o que são e como diferenciar
Nem todo corte significa bloqueio temporário. Outros 58 mil núcleos familiares tiveram o benefício suspenso, normalmente por deixar de cumprir compromissos com a frequência escolar das crianças, acompanhamento de saúde ou vacinação em dia. Já 305 mil famílias perderam de vez o objetivo principal da transferência de renda, muitas vezes por não atualizarem o cadastro a tempo.
Parte dessas exclusões está associada também ao fim da chamada Regra de Proteção, permitindo que famílias fiquem por até 12 meses após aumento de renda (até meio salário mínimo por pessoa), antes do desligamento definitivo. O acesso ao Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) local é fundamental para esses casos.
Calendário dos pagamentos: o que muda em novembro?
Apesar dos bloqueios, suspensões e cancelamentos, o calendário de pagamentos mantém sua rotina em novembro. O início do pagamento este mês está marcado para o dia 14 e segue de forma escalonada de acordo com o Número de Identificação Social (NIS). Esse padrão facilita a organização e evita filas extensas nas agências bancárias.
| Final do NIS | Data de Pagamento | Dia da Semana |
|---|---|---|
| 1 | 14 de novembro | Sexta-feira |
| 2 | 17 de novembro | Segunda-feira |
| 3 | 18 de novembro | Terça-feira |
| 4 | 19 de novembro | Quarta-feira |
| 5 | 21 de novembro | Sexta-feira |
| 6 | 24 de novembro | Segunda-feira |
| 7 | 25 de novembro | Terça-feira |
| 8 | 26 de novembro | Quarta-feira |
| 9 | 27 de novembro | Quinta-feira |
| 0 | 28 de novembro | Sexta-feira |
Os pagamentos seguem sob responsabilidade da Caixa Econômica Federal e, em situações de emergência ou calamidade pública reconhecidas pelo governo, podem ser antecipados conforme regulamentação vigente.
O que fazer em caso de bloqueio do benefício?
Famílias que tiveram seus pagamentos bloqueados devem buscar atendimento nos postos do CRAS ou nas unidades responsáveis pelo Cadastro Único no município. Ter em mãos todos os documentos da família, comprovantes de residência e renda agiliza o processo de atualização. É importante agir rapidamente para evitar o cancelamento definitivo do benefício.
Quem faz parte dos casos com bloqueio, mas permanece dentro dos critérios estabelecidos após atualização, pode voltar a receber o valor em até seis meses do bloqueio inicial. A orientação oficial é nunca compartilhar dados pessoais com terceiros nem aceitar ofertas de intermediação fora de canais formais do governo.
No vídeo a seguir, saiba como regularizar a situação e voltar a receber o benefício:
Para quem já é beneficiário, a recomendação é manter os dados sempre atualizados e acompanhar mudanças tanto pelo aplicativo quanto nos canais oficiais.
Perguntas Frequentes
- Quem pode ter o benefício desbloqueado? Qualquer família que regularizar as informações em até seis meses após o bloqueio, caso cumpra os critérios do programa.
- Como saber se fui bloqueado? Verifique mensagens no extrato de pagamento, aplicativo Caixa Tem ou comunicações do CRAS.
- Onde atualizar o CadÚnico? No CRAS do município ou em unidades do Cadastro Único.
- Perco parcelas em caso de desbloqueio? O pagamento é restabelecido, mas pode haver perdas caso o tempo de bloqueio seja superior ao permitido para retroativos.
- O calendário de pagamentos muda? Não, o calendário segue normalmente em novembro de 2025.
- Novo cadastro é possível após cancelamento? Sim, desde que a família atenda novamente aos critérios do programa.
- Pode antecipar pagamentos em desastres? Sim, em cidades reconhecidas em situação de emergência ou calamidade pública.
- O reajuste do benefício afeta todos igualmente? Não. O valor depende do perfil de cada família e de políticas do governo.
- Posso acompanhar meu benefício online? Sim, pelo aplicativo Caixa Tem ou pelo site da Caixa Econômica Federal.
- Famílias novas entram sempre que alguém é desligado? Sim, o programa substitui beneficiários desligados por novos perfis aprovados.
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