Falar do salário mínimo no Brasil é tocar em um tema que impacta diretamente a vida de milhões de pessoas. Se você vive com um salário mínimo ou conhece alguém que vive, sabe o quanto é difícil fazer o dinheiro durar o mês inteiro. Para muitas famílias brasileiras, esse é o único dinheiro que entra em casa e ele precisa cobrir tudo: comida, aluguel, transporte, contas, educação. Mas será que esse valor é realmente suficiente para garantir uma vida digna?
Segundo o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a resposta é: não! De acordo com o levantamento mais recente, uma família de quatro pessoas precisaria de R$ 7.398,94 por mês para viver com o mínimo de dignidade. Isso é quase cinco vezes mais do que o salário mínimo atual, que está em R$ 1.518,00. Mas de onde vem esse número? Vem entender melhor como essa conta é feita e por que ela importa tanto.
O que é o salário mínimo?
O salário mínimo é o menor valor que um empregador pode pagar a um trabalhador por seus serviços. No Brasil, ele é calculado pelo governo e deveria ser suficiente para prover o sustento básico do trabalhador e de toda a sua família. Só que, na prática, a realidade é bem diferente. Mesmo com o salário mínimo em mãos, muitas pessoas mal conseguem arcar com os custos de itens básicos e passam com a conta no vermelho todo mês. E em muitos casos, as famílias ficam até em falta com coisas necessárias. A situação é mais complicada do que parece.
A importância do salário mínimo
O salário mínimo é mais do que um número: ele influencia o quanto as famílias podem consumir, o quanto conseguem se sustentar, e até o ritmo da economia. Quando esse valor é muito baixo, o consumo das pessoas diminui, pois não têm dinheiro para gastar e o país sente o impacto. Por isso, manter um salário mínimo que acompanhe o custo de vida é essencial não só para quem recebe, mas para a economia do país.
O custo de vida no Brasil
O que para uns é caro, para outros a situação pode ser ainda pior. O custo de vida no Brasil depende muito da região.
Se você decide morar em São Paulo ou no Rio de Janeiro, por exemplo, isso irá pesar mais no seu bolso do que em cidades como Aracaju ou João Pessoa, onde o custo de vida é um pouco menor. Essa diferença só demonstra o quanto é urgente pensar num salário mínimo que realmente leve em conta a realidade de quem vive do básico em todas as regiões do Brasil.
A cesta básica
Um dos principais indicadores do custo de vida é a cesta básica, que inclui itens essenciais para o dia a dia. O DIEESE realiza todo mês uma pesquisa sobre o custo da cesta básica em diversas capitais brasileiras. Em março de 2025, o preço da cesta básica subiu em 14 das 17 capitais analisadas, e São Paulo liderou a lista, apresentando o maior custo, de R$ 880,72. Só nisso, já é mais da metade do salário mínimo atual. Mas a pergunta é: e as outras contas, como aluguel, luz e água, como ficam?
A diferença entre o salário mínimo e o ideal
Se você comparar o salário mínimo oficial e o valor ideal calculado pelo DIEESE, com certeza irá se assustar. Enquanto o governo define o salário mínimo com base no que pode pagar, o valor ideal considera o que é necessário para que as famílias possam garantir o básico e viver com o mínimo necessário. Essa distância levanta uma questão importante: será que o governo está garantindo que as pessoas tenham acesso ao básico?
O impacto na economia
Umsalário mínimo mais alto poderia estimular a economia. Com mais dinheiro no bolso as pessoas conseguem comprar, consomem mais e isso faz o comércio crescer, pois os serviços são mais procurados. Além disso, isso também ajudaria a reduzir a desigualdade social, permitindo que mais famílias tenham acesso a educação, saúde e lazer. Para uns, são necessidades básicas; para outros, infelizmente, são luxos.
O que pode ser feito?
Para que o salário mínimo se aproxime do valor ideal, é preciso investimentos mais sérios em educação, qualificação profissional e criação de empregos formais. Também é urgente discutir uma reforma tributária mais justa, que distribua a renda de uma maneira melhor no país.
A necessidade de planejamento
Mas não é só aumentar, e pronto. Sabemos que aumentar o salário mínimo não é uma decisão simples. Se for feito de forma descontrolada, as empresas podem não conseguir absorver os custos, o que pode levar a um aumento nos preços e, consequentemente, à inflação. Por isso, qualquer reajuste precisa vir acompanhado de planejamento, produtividade e responsabilidade econômica.
A situação atual
Hoje, o salário mínimo está em R$ 1.518,00. Como você já sabe, esse valor está longe de cobrir o necessário para que as famílias possam viver com dignidade. O DIEESE mostrou que, em março de 2025, o valor necessário para manter uma vida minimamente digna era de R$ 7.398,94. Quase cinco vezes mais. Essa diferença só ressalta o que todos já sabem: a necessidade de repensar nossas políticas salariais.
O papel do DIEESE
O DIEESE tem um papel fundamental nesse debate. Ele analisa dados, acompanha o custo de vida e mostra, com números, o que muitas pessoas passam em casa e sentem na pele. Com essas informações, as pessoas podem pressionar por mudanças mais justas e que se encaixem com a realidade.
É necessário discutir o salário mínimo é, acima de tudo, falar sobre dignidade. Sobre garantir o básico para quem trabalha duro todos os dias e precisa de um conforto ao chegar em casa. E essa luta não é só de quem ganha pouco, é de todos os brasileiros. Afinal, o salário influencia na economia do país, impactando a vida de todos.