O programa Gás do Povo foi anunciado pelo Governo Federal como substituto do Auxílio Gás, com previsão de ampliar o atendimento de 5,6 milhões para 15,5 milhões de domicílios até março de 2026. A principal mudança está no formato do benefício: as famílias não receberão mais valores em dinheiro, mas sim botijões de gás gratuitos diretamente nas revendedoras autorizadas.
Segundo informações do Ministério do Desenvolvimento Social, apresentadas em audiência pública na quarta-feira (12), as primeiras entregas estão previstas para novembro de 2025.
Quem tem direito ao Gás do Povo em 2025
Os critérios de elegibilidade foram estabelecidos pela MP 1.313/2025. O programa atenderá famílias inscritas no CadÚnico que possuam renda mensal per capita de até meio salário mínimo, correspondente a R$ 759 por pessoa atualmente.
Beneficiários do Bolsa Família receberão prioridade na distribuição dos botijões, conforme determinado pela medida provisória. Essa priorização significa que famílias já contempladas pelo programa de transferência de renda estarão entre as primeiras a receber o novo benefício.
A expansão prevista permitirá incluir famílias que não eram atendidas pelo Auxílio Gás. O governo projeta alcançar quase o triplo de domicílios beneficiados ao longo do período de implementação.
Como funcionará a retirada dos botijões gratuitos
O sistema de distribuição do Gás do Povo foi detalhado por Marcelo Viana Paris, diretor da Caixa Econômica Federal, durante a audiência pública. O processo de retirada funcionará da seguinte forma:
Procedimento para retirada:
Beneficiários que possuem cartão da Caixa poderão utilizá-lo nas revendedoras credenciadas para liberar o produto. Aqueles sem conta bancária deverão informar o CPF na maquininha do estabelecimento. O sistema gerará um código de autorização que permitirá a retirada do botijão sem pagamento.
Analúcia Alonso, diretora de Programas do Ministério do Desenvolvimento Social, explicou que a mudança visa garantir o uso específico do benefício. Dados anteriores indicavam que parte dos beneficiários utilizava o valor monetário do Auxílio Gás para outras despesas, mantendo-se em situação de pobreza energética.

Principais diferenças entre o Gás do Povo e o Auxílio Gás
A transição entre os programas apresenta mudanças estruturais significativas. A diferença fundamental está no método de entrega: o programa anterior realizava depósitos monetários, enquanto o novo modelo prevê a entrega física do produto.
| Aspecto | Auxílio Gás | Gás do Povo |
|---|---|---|
| Formato do benefício | Depósito em dinheiro | Botijão físico |
| Famílias atendidas | 5,6 milhões | 15,5 milhões (projeção) |
| Controle de uso | Sem controle direto | Uso específico garantido |
| Prazo de implementação | Programa encerrado | Até março de 2026 |
Representantes do setor de distribuição, presentes na audiência, projetam aumento de consumo de 60 milhões de botijões quando o programa atingir plena capacidade operacional, segundo dados apresentados pelo Sindigás.
Impacto na redução da pobreza energética no Brasil
Dados apresentados por Marcelo Cavalcanti, superintendente-adjunto da Empresa de Pesquisa Energética, revelam que aproximadamente 30% da energia usada para cozinhar no Brasil ainda provém de lenha ou carvão vegetal. Essa realidade é mais presente nas regiões Norte e Nordeste.
O uso desses combustíveis alternativos gera impactos diretos na saúde das famílias. Registros indicam que mulheres e crianças são as mais afetadas por problemas respiratórios causados pela fuligem, além de riscos de queimaduras. O Gás do Povo foi apresentado como medida para reduzir esses riscos sanitários.
Desafios e ajustes na implementação
Durante a audiência pública, representantes do setor levantaram questões sobre a tabela de preços estabelecida pelo governo. Sergio Bandeira de Mello, presidente do Sindigás, apontou divergências entre os valores propostos e aqueles pesquisados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Segundo informações apresentadas, em determinados estados a diferença alcança R$ 30 abaixo dos preços de mercado. José Luiz Rocha, presidente da Abragás, sugeriu a adoção dos valores da ANP como referência para facilitar a adesão das revendedoras.
O deputado Carlos Zarattini (PT-SP), autor da lei que criou o Auxílio Gás e vice-presidente da comissão mista, destacou a necessidade de votação da MP ainda em 2025, considerando que o texto perde validade em fevereiro de 2026.
Para mais informações, acesse o site Assistencialismo Notícias.


















